É
muito comum ouvir as pessoas e, principalmente os jovens, dizendo que
querem aproveitar a vida. E isso geralmente é usado como desculpa para
eximir-se de assumir responsabilidades.
Mas, afinal de contas, o que é aproveitar a vida?
Para uns é matar-se aos poucos com as comilanças, bebidas alcoólicas, fumo e outras drogas.
Para outros é arriscar a vida em esportes perigosos, noitadas de orgias, consumir-se nos prazeres carnais.
Talvez
isso se dê porque muitos de nós não sabemos porque estamos na Terra. E,
por essa razão, desperdiçamos a vida em vez de aproveitá-la.
Certo
dia, um jovem que trabalhava em uma repartição pública, na companhia de
outros colegas que costumavam se reunir todos os finais de expediente
para beber e fumar à vontade, foi convidado a acompanhá-los.
Ele
agradeceu e disse que não bebia e que também não lhe agradava a fumaça
do cigarro. Os demais riram dele e lhe perguntaram, com ironia, se a
religião não lhe permitia, ao que ele respondeu: A minha inteligência é que me impede de fazer isso.
E que inteligência é essa que não lhe permite aproveitar a vida? Perguntaram os colegas.
O rapaz respondeu com serenidade: E
vocês acham que eu gastaria o dinheiro que ganho para me envenenar?
Vocês se consideram muito espertos, mas estão pagando para estragar a
própria saúde e encurtar a vida que, para mim, é preciosa demais.
* * *
Observando as coisas sob esse ponto de vista, poderemos considerar que aproveitar a vida é dar-lhe o devido valor.
É investir os minutos preciosos que Deus nos concede em atividades úteis e nobres.
Quando dedicamos as nossas horas na convivência salutar com os familiares, estamos bem aproveitando a vida.
Quando fazemos exercícios, nos distraímos no lazer, na descontração saudável, estamos dando valor à vida.
Quando
estudamos, trabalhamos, passeamos, sem nos intoxicar com drogas e
excessos de toda ordem, estamos aproveitando de forma inteligente as
nossas existências.
Quando
realmente gostamos de alguma coisa, fazemos esforços para preservá-la.
Assim também é com relação à vida. E não nos iludamos de que a estaremos
aproveitando acabando com ela.
Se você é partidário dessa ideia, vale a pena repensar com seriedade em que consiste o aproveitamento da vida.
E
se você acha que os vícios lhe pouparão a existência, visite alguém que
está se despedindo dela graças a um câncer de pulmão, provocado pelo
cigarro.
Converse com quem entrega as forças físicas a uma cirrose hepática causada pelos alcoólicos.
Ouça um guloso inveterado que se encontra no cárcere da dor por causa dos exageros na alimentação.
Visite um infeliz que perdeu a liberdade e a saúde para as drogas que o consomem lentamente.
Observando a vida através desse prisma, talvez você mude o seu conceito sobre aproveitar a vida.
* * *
A
vida é um poema de beleza, cujos versos são constituídos de propostas
de luz, escritas na partitura da natureza, que lhe exalta a presença em
toda parte.
Em
consequência, a oportunidade da existência física constitui um quadro à
parte de encantamento e conquistas, mediante cuja aprendizagem o
Espírito se embeleza e alcança os altos planos da realidade feliz.
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