(provérbio havaiano)
Em vinte minutos João Carlos já
tocava a campainha.
Quem lhe abriu a porta foi uma
mulher bonita, de cabelos molhados, descalça e vestida de branco. O sorriso em
meio às lágrimas que rolavam, era o mais bonito que ele já vira. Era uma mulher
renovada pela esperança.
- Querida! O que aconteceu, porque está chorando assim? Está me deixando
aflito. Fale por favor!
- Eu.. .eu queria saber se é preciso ficarmos velhinhos....sabe?
- Eu.. .eu queria saber se é preciso ficarmos velhinhos....sabe?
Não sabia como dizer o que sentia. Nunca dissera “aquelas palavras”.
João pegou-a pela mão e levou-a até a poltrona. Ela continuava
chorando.
- Querida...o que está dizendo?- Que te amo! Te amo muito...Não quero esperar ficar velhinha.
- Querida.. Finalmente! Pensei
que precisaria esperar o resto da vida
Porque demorou tanto para aceitar que o amor está
acima do medo, do tempo...O Amor é mais forte que até mesmo a morte. E o nosso é um sentimento que vai
sobreviver a qualquer circunstância, seja ela o que for.
Por que demorou tanto a ver que somos mais fortes
que tudo?
- João, tinha tanto medo de não
dar certo e sofrer se te perdesse...- Te amo tanto...Desde a primeira vez que te vi, naquele dia que vim aqui com Lúcia, lembra? Meu coração disse que você é a mulher que eu estava esperando. Que eu sabia que haveria de encontrar. Reencontrar!
- Querido, eu lutei tanto para não te amar.... Mas é mais forte que a minha
vontade. Não posso evitar esse sentimento
- Conte-me como decidiu parar de lutar contra nós...
Entre beijos, ficaram horas falando dos medos de Clara, dos sentimentos
reprimidos, e dos sonhos e regressões.
- Não quero mais perder as pessoas que amo. Te adoro e quero passar o
resto da vida com você, assim nos teus braços. Depois....entrego a Deus.
- Amor, o que nos une,
transcende o tempo e o espaço. Você viu na busca ao passado. Eu também vi você
em várias regressões que fiz.... e mesmo
em meditação, em regressões espontâneas. Quando te vi, logo reconheci a mulher que sempre amei,
que perdi no tempo. Esperei ansioso pelo
momento em que você descobriria que não é possível lutar contra o nosso destino.
- Tenho certeza que vamos ficar juntos até a velhice, até o fim. Jura
que me ama, assim como te amo? Jura?
– Adoro seus olhos... teu seu jeito de me olhar! Te amo muito!
Haviam passado a noite, melhor dizendo, a madrugada, juntos.
Clara sentia o calor do corpo de João aquecendo o dela e continuava aninhada nos seus braços. - - Também te adoro! Tem dívidas disso, minha Sacerdotisa querida?
- Está na hora...temos que trabalhar.
- Você não quer desmarcar os
pacientes? Vamos sair, ficar juntos, caminhar na praia...quero ficar com você!
Já esperei demais.
Ficaram na cama até tarde. Depois saíram como se fossem crianças que
acabaram de ganhar o presente mais esperado. Na verdade era o que sentiam, que
haviam ganho o presente mais valioso, - o futuro.
A felicidade de Clara e João Carlos era total.
Precisavam contar à família e aos amigos.
O Amor deles era perceptível a todos que os viam. Ficavam juntos todo o
tempo possível, e telefonavam a todo instante.
Queriam recuperar o tempo perdido!
Todos estavam muito felizes e torciam pela felicidade dos dois.
Marta disse que sabia desde o primeiro momento em que os viu juntos,
que aquele era um caso de Amor que transcendia o tempo.
Lúcia estava radiante. Tinha muito carinho pela amiga e não entendia
porque ela recusava todos as propostas
que recebia, parecendo fugir de qualquer envolvimento afetivo. Agora estava
claro. Esperava João!
Clara estava nos braços dele. Gostava de ficar assim, conversando
enquanto se acariciavam. Era a imagem da felicidade. Ele a olhava com amor,
quase adoração.
- Vamos passar a lua de mel em
Londres? Queria que conhecesse aquele Castelo onde me vi lutando ao lado de Artur, lembra? Contei-lhe!
- Claro! Quero que me mostre tudo que é importante para você.
Principalmente onde serviu o “seu Rei”.
Com você vou a qualquer lugar.
- Você vai conhecer o meu Rei e meu Mestre. O Amado El Morya, a quem
tenho a honra de continuar servindo.
- Fale-me mais de El Morya.
Conte-me tudo que sabe sobre ele.
João Carlos olhou para clara e depois desviou o olhar. Parecia estar
olhando para algum lugar onde podia ver a imagem do seu Rei. Depois falou sobre
o Mestre do Raio azul, seu templo
etérico e o trabalho que vem realizando para ajudar a humanidade e o Planeta.
Adormeceu nos braços do amor.
Acordou assustada e olhou para o lado. Graças a Deus foi só um sonho.
Ele estava ali, ao seu lado.
As imagens estavam ainda na sua mente consciente.
Pareciam estar sobre nuvens brancas em meio ao céu muito azul. As
roupas eram de cor bege ou cor de palha.
Ele soltava as suas mãos e a deixava,
afastava-se dela, como se deslizasse ou flutuasse para longe, muito
longe....Ainda ouvia a voz dele dizendo
“Nosso Amor sobreviverá ao tempo e à distância! Eu vou agora, mas dentro de
pouco tempo você também reencarnará.
Logo nos reencontraremos. Está escrito nas Estrelas! “Te amo, sempre te amarei!
Logo estaremos juntos para sempre!”
- Amor! Amor, acorda! Quero te contar o que vi em sonho.
“Logo estaremos juntos para sempre”. Estava escrito nas estrelas. Eles
se reencontraram. E agora estavam unidos
com mais conhecimento e força, nada os havia de
separar.
O tempo era pouco para se amar. E não viam a hora do casamento. Logo
começaram os preparativos. Para que esperar? Conheciam-se há tempo suficiente,
mais que suficiente, claro que ia dar certo.
Resolveram morar algum tempo no apartamento de João Carlos. Depois
pensariam numa casa, como sonhavam. Clara estava dando seu toque na decoração,
apenas algumas pequenas mudanças, para se tornar mais aconchegante. Estavam
felizes, muito felizes.
À medida que os dias passavam, o
amor deles parecia crescer.
Finalmente chegou o dia do casamento. Clara estava vivendo momentos que
jamais pensara poder viver. O medo a impedira de sonhar com a felicidade. Agora
tudo é muito novo e surpreendente. Lindo!
A viagem de lua de mel superou
todas as expectativas, passaram vários dias percorrendo alguns países da Europa e depois ficaram duas semanas
passeando por Londres, Irlanda e Escócia como queriam.. Juntos, eles
viveram experiências de encantamento e
magia.
Quando voltaram ao Brasil e a vida voltou à rotina, procuravam ficar a maior parte do tempo possível juntos.
João Carlos ficava o mínimo tempo fora e quando chegava em casa, corria
para a mulher. Era sempre assim, quando terminava de fazer o que precisava ser feito, voltava imediatamente
para casa. Sentia saudade quando estava longe dela.
- Amor, morri de saudade !A hora não
passa quando estou longe.
Clara continuava trabalhando na clínica e no consultório mas não fazia
mais plantões. Queria ficar o máximo de
tempo com o marido. Às vezes recebiam a
família ou amigos mais íntimos, mas em geral, gostavam de ficar sozinhos,
ouvindo música, lendo ou meditando. E se amando!
Depois do jantar, como sempre, colocaram uma música suave e sentaram no grande sofá para ler. Continuavam de dedicando ao estudo
e à Espiritualidade.
Ela procurava colocar em prática os ensinamentos que recebia do Mestre.
Discutiam as dúvidas e aprendiam mais.
Trocavam experiências e muitas vezes faziam viagens astrais juntos.
Descobriam ou redescobriam espaços e esferas que ainda não haviam tomado
consciência. Aí, tinham oportunidade de encontrar velhos amigos e aprender mais. As experiências que podiam ser
compartilhadas, eles trocavam com o grupo, como forma de maior aprendizagem
Clara estava feliz, muito feliz. Luminosa! Nem sombra daquela Clara de antes.
Num belo sábado de sol, acordou diferente. Nesse dia ela sentia-se
estranhamente feliz. Não sabia o porque desse sentimento. Era apenas uma sensação, uma emoção. Não
havia acontecido nada de especial, mas sentia-se dona do mundo.
Pegou na estante um livro que o
marido lhe dera no dia anterior e leu:
“Um dia um aluno do sábio Professor Maruf Karkhi tornou-se muito famoso
porque sabia responder todas as
perguntas. Mesmo na presença de Maruf, todo mundo se dirigia ao aluno e
ficava estupefato com tanto conhecimento. Era capaz de dissertar sobre qualquer
assunto., dar todas as provas e conclusões deixando as pessoas sem nenhuma
dúvida e completamente esclarecidas.
Um forasteiro que havia conversado com
o aluno ficou tão impressionado que disse a Maruf Karkhi:
- Que sorte a sua Ter um discípulo tão brilhante. É raro encontrar alguém com tanta capacidade.
O que acha disso
Maruf respondeu:
Maruf respondeu:
- Isso me preocupa porque ele lê demais e portanto não tempo se saber.
Gasta o tempo todo em leitura, quando terá condições de saber?
Aquele aluno acumulou informações, tornou-se culto, era um aluno, não
era um discípulo. O professor tem
alunos, o mestre tem discípulos. O aluno quer ter mais, o discípulo quer ser
mais. Aluno e discípulo nunca se encontram porque vão em direções diferentes.
Só se ensina o que se pode
ensinar, algumas coisas não podem se ensinadas, têm que ser vividas, sentidas,
compreendidas.
Quando você diz “Deus”,
você repete uma palavra vazia, sem
significado. Você pode aprender tudo
sobre Deus e tornar-se doutor em
teologia, cheio de teorias. Isso o
professor lhe ensina. Mas Deus não é só
uma palavra, é uma experiência a ser vivida: a verdade não se consegue dizer, tudo que se diz não é
verdadeiro.
O aluno procura, o discípulo já encontrou; tem confiança no seu mestre,
e dessa confiança ele renasce para a percepção, pois é capaz de entregar-se. O
aluno não se entrega, tem necessidade de ser convencido.
O professor é coerente, o mestre é inacreditável porque contém todos os
opostos dentro de si. Se você usar a sua cabeça, encontrará seu professor, se
usar o coração encontrará o Mestre, porque você precisa apaixonar-se pelo seu
MESTRE ”.
Levou as mãos ao peito e sentiu como a energia fluía pelo cardíaco.
Hoje especialmente, o amor parecia inundá-la. Era muito feliz!
Pensou no seu Mestre, o Irmão.
Tão generoso! Como o amava! Quanto tinha para lhe agradecer! Com ele aprendeu a
alimentar-se e respirar corretamente, o valor da generosidade e da tolerância.
E a cuidar-se mais. A importância de
sempre avaliar o estado dos chacras e a fazer uso das cores para limpá-los e
desbloqueá-los. Fazer da meditação um hábito para desenvolver a intuição.
Com a prática dos ensinamentos, conseguia manter-se equilibrada e até ensinar os pacientes a se
cuidar melhor e economizar a energia.
Foi o Mestre quem a iniciou no caminho que a levou a encontrar a felicidade
e a realização, tanto na matéria como no espírito. com ele aprendeu
a ser. e com certeza, ele a levou até o Amor.
Lembrou-se das palavras que lhe dissera no último encontrou em corpo
astral:
“Quando lê, o homem adquire conhecimentos. Isto pode encontrar em
livros e enciclopédias: conhecimentos, apenas conhecimentos. Para encontrar a
sabedoria, o caminho a percorrer é outro, é o caminho do coração!”
Pensa no seu aspecto Curador, o Visionário, o Guerreiro e o Mestre.
Nunca é demais refletir e meditar a respeito. Buscar um maior equilíbrio entre
as diferentes características de cada uma dessas partes em si mesma.
Quando João Carlos chegou do escritório, encontrou Clara deitada.
Estava abatida e extremamente pálida. Sentiu-se mal no consultório.
- Talvez seja uma gripe que está chegando. Senti-me fraca, cansada e
com a pressão baixa. Não é nada sério.
Amanhã vou estar bem.
Voltou a pensar na mulher que a procurou pedindo ajuda para a mãe que
está com câncer. A senhora mostrava resignação diante da doença.
Resolveu comentar com o marido sobre o caso. Costumava falar com ele
sobre os casos mais sérios. Ele era
sempre muito paciente e generoso.
- Querido! Atendi uma pessoa que me deixou impressionada. Uma senhora acompanhando a mãe que contraiu câncer e não está reagindo ao tratamento. Diz que todas as mulheres da família morrem de câncer e que não há nada que se possa fazer a esse respeito. Imagine o sofrimento da filha, coitada! E da família.
- Querido! Atendi uma pessoa que me deixou impressionada. Uma senhora acompanhando a mãe que contraiu câncer e não está reagindo ao tratamento. Diz que todas as mulheres da família morrem de câncer e que não há nada que se possa fazer a esse respeito. Imagine o sofrimento da filha, coitada! E da família.
- Está explicado porque está assim abatida. Imagino que está pensando
numa maneira de ajudar independentemente do lado profissional. Estou
certo? Quer ajudar todo mundo!
- Pensei em fazer irradiação de energia de cura para ela. Trouxe seu
nome. Mas não sinto disposição para isso. Estou desenergisada, cansada...
- Não Clara, nem pense nisso. Se está consciente que não está em boas condições energéticas,
não pode fazer isso. Não basta querer
ajudar, nem ter boa intenção. Esse é um trabalho que requer boas condições
físicas, energéticas, estado de serenidade...
para doar energia ao próximo é preciso
estar bem fisicamente e psicologicamente.
-
Então você faz? Ela precisa tanto.
Todas as noites à mesma hora, eles paravam o que estivessem fazendo e
iam para uma pequena sala da casa para fazer meditação e depois irradiação de
energia de cura para os homens e para o Planeta. As pessoas do grupo faziam o
mesmo. Era a orientação que receberam do Mentor da casa.
Na sala reservada para o trabalho espiritual, Clara sentou em frente à
parede onde haviam colocado um triângulo
de ametistas com uma estrela de citrinas amarelas, dentro. Fez os exercícios
que seu Mestre lhe ensinara e sentiu-se melhor. A energia voltou a fluir e logo
estava mais disposta.
Gostava de fazer meditação olhando para a mandala. Fechou os olhos
para falar mentalmente com o seu Mestre.
Pediu-lhe que ajudasse os que sofrem e
iluminasse todos os médicos para que vejam os seus pacientes como irmãos que
merecem seu amor..
Quando terminaram a meditação, voltaram a falar sobre a senhora. João
Carlos tivera intuição de que ela precisava de uma Terapeuta
- Podemos pedir a Marta que a atenda. Ela fará isso com prazer. Me
parece que a doença dela está
relacionada com algum fator psicológico, qualquer coisa assim. Que acha
da idéia?
-
Tem lógica. Já havia pensado nisso. Vamos falar com sua irmã.
Clara acordou indisposta. Fraca
e enjoada. Estaria ainda sem energia? Ou talvez doente...
Lembrou-se do sonho que tivera durante a noite. Foi um sonho muito
colorido e com muita luz. Estava numa festa com João. O Mestre e muitos outros amigos de Esferas
Superiores estavam lá. Parecia uma confraternização ou algo parecido. E todos
estavam muito alegres como se alguma coisa especial estivesse prestes a
acontecer. Ela era tratada com carinho
especial. Estava tão contente, feliz! Quando acordou, trouxe a sensação de
festa.
Mas e esse mal estar? Estranho! Estaria ainda desenergisada?
Precisava trabalhar. Os pacientes a esperavam. Resolveu não contar ao
marido como se sentia. Ele lhe pediria
que não fosse.
Na clínica voltou a ficar
indisposta, sentiu-se mal, fraca. Resolveu falar com a colega que atendia na
sala a lado.
- Deve ser a pressão que está baixa.
Estava mesmo. Descansou um pouco e voltou a atender.
Havia combinado de pegar Marta,
que estava sem carro. Não queria deixá-la esperando. Depois poderiam fazer um
lanche antes de ir para casa. Depois do casamento, as duas se tornaram amigas
inseparáveis
- Nossa! Como você está abatida. O que está sentindo?
- Nossa! Como você está abatida. O que está sentindo?
- Não sei o que está havendo.
Não comentei com João para não assustá-lo, mas na última semana venho me
sentindo tão mal, fraca.. .nunca fico
doente...mas não estou legal, minha amiga.
Clara olhou a cunhada e desviou
o olhar para o lado esquerdo do seu abdomem. Sorriu de modo enigmático.
- Clara! Minha querida, isto não me parece uma doença.
Você não quer fazer um exame de urina? Menina você está grávida! Vou ser
tia!
-
Não, não pode ser. Será?
E se fosse? João ia ficar tão feliz! Ele adora crianças. E ela também.
- Nem acredito! Mas pode ser... Claro! Como não pensei nisso? - Marta, se for gravidez? Nem sei...
-Vamos lá, cunhada. Temos que saber isso de uma vez.
Quando João Carlos chegou em casa, havia flores por toda parte.
- Quantas flores! Comprou toda a floricultura? Adoro nossa casa assim
linda. Linda como você.
Clara mal conseguia esconder o que sentia. Queria pular nos braços do
marido e contar a novidade.
- Amor, tenho um presente para
você sobre a cama! Veja se gosta. É uma
surpresa
João foi para o quarto e depois de alguns minutos, voltava com a caixa na mão. Da poltrona Clara olhava o marido abrir o presente. E viu seu rosto se modificar quando viu a roupinha de bebê que ela comprou. Os dois estavam emocionados. Ele foi até a poltrona e ajoelhou-se diante dela.
João foi para o quarto e depois de alguns minutos, voltava com a caixa na mão. Da poltrona Clara olhava o marido abrir o presente. E viu seu rosto se modificar quando viu a roupinha de bebê que ela comprou. Os dois estavam emocionados. Ele foi até a poltrona e ajoelhou-se diante dela.
-
Minha querida mulherzinha! Minha Sacerdotisa amada!
Os olhos dela encheram-se de
lágrimas ao ver a alegria que o marido
querido mostrava. O abraço que os uniu selava o seu amor
Clara agradecia a Deus e aos amigos do Plano Espiritual por tanta felicidade. A felicidade deles era agora abençoada com um filho. Como estava feliz! Isto só podia ser uma dádiva de Deus e do seu Mestre.
Clara agradecia a Deus e aos amigos do Plano Espiritual por tanta felicidade. A felicidade deles era agora abençoada com um filho. Como estava feliz! Isto só podia ser uma dádiva de Deus e do seu Mestre.
Esta noite no trabalho de meditação, nada foi pedido. De mãos dadas
fizeram a Invocação e depois, só havia a agradecer. Lembrou do sonho e contou a
João Carlos.
- Querida!. A festa era para você. Para o nosso filho. Para nós. Você é
muito querida no lado de lá, nossos amigos estão felizes por nós.
Os dias que se seguiram foram de cuidados e planos.
Clara estava muito enjoada e precisou ficar em casa uns dias.
Quando o trabalho do grupo terminou Marta sentou-se ao lado de Clara para conversar sobre a paciente que
está sofrendo de câncer, que ela pedira que atendesse.
Lúcia e João Carlos, ao lado, ouviam a conversa.
- Esse é um exemplo claro de um sistema de crenças
negativo. Veja o que alguns valores podem fazer com uma pessoa..
- Mas onde está a relação do sistema de valores com a doença dessa
senhora? – perguntou João
- Veja você mesmo: quando perguntei porque se negava a fazer o
tratamento, ela me respondeu que todas as mulheres da família morrem de câncer
e isto se repete há muitas gerações. Que ela não podia mudar isso. É como se,
aceitando o tratamento e uma possível cura, estivesse cometendo uma traição com as mulheres da família, que
morreram com a mesma doença. Compreende a seriedade da situação?
-
E o que pode ser feito nessa situação? – perguntou Clara
- Perguntei-lhe se podia
imaginar-se curada, livre da doença, e
ela respondeu que se via sem receber qualquer atenção. Ficou claro que a doença
tem um ganho secundário. Com certeza teme perder o afeto e atenção que recebe
por estar doente. Acredita que se estiver bem, não vai ser amada, ou não
terão paciência com ela, como deseja.
- Isto é muito sério.- ponderou Clara, - tenho alguns pacientes que
quando vão às consultas acompanhados, gemem o tempo todo, valorizando até um
pequeno mal estar. Principalmente os mais idosos que querem chamar atenção para
si.
- Desta maneira, Clara, é
preciso rever suas crenças, os valores e princípios. Ela está alimentando a
própria doença e se alimenta dela para suprir suas necessidades. Isto faz com
que se agarre a ela, tornou-se um círculo vicioso.
- Que situação! Marta, é possível ajudá-la?
- Que situação! Marta, é possível ajudá-la?
- Olha, ela construiu um sistema
de crenças que está minando a sua força e as defesas do próprio organismo. Precisa de médico e
terapia.
-
Por isto se diz que não há doenças, há doentes.
- Já marquei o início da sessões de
psicoterapia, vamos ver como reage.
-
Que ótimo! Não custa tentar mudar seu modo de ver a vida.- Esse é o primeiro passo, depois veremos o que é possível fazer.
O almoço foi em casa de Marta. Todos queriam comemorar. A alegria era
geral, afinal só faltava um filho para a felicidade do casal estar completa.
À noite, Clara sentou-se para ler o livro que pegara com Marta. Queria
saber mais sobre o sistema de crenças. Nunca havia pensado nisso mas agora
depois da conversa que tiveram, percebeu que precisava conhecer mais esse assunto. Quantos pacientes não
estariam no mesmo caso?
A abordagem é muito interessante
e mostra que as crenças são a base da estrutura do indivíduo. Cita outros
livros e autores que dão ênfase à necessidade de mudanças, diz que qualquer mudança do homem, passa
pela mudança do sistema de crenças e
valores. À medida que vai lendo, ela comenta com o marido, que participa de seu
interesse pelo assunto.
Foram descobrindo, juntos, o
quanto somos fruto das crenças.
O caráter da pessoa é formado a partir desse sistema de crenças ou
valores. É assim que a Identidade e
personalidade são construídas.
A maioria das pessoas desenvolve um sistema de crenças a partir das
experiências vividas principalmente na infância e na adolescência. Se nessa
fase de desenvolvimento da personalidade,
aprender que algo é certo ou
errado, isto passa a ser verdade, está estabelecida a crença. E com certeza,
vai levar pela vida a fora esse conceito.
Mudar um sistema de crenças é trabalhoso. Implica primeiro em uma tomada de
consciência, e depois sim, pode vir a vontade ou necessidade de mudanças. Mudanças não só no
mundo externo, mas principalmente nas questões internas e
até a nível psíquico.
Conhecer o seu sistema de crenças é se conhecer. Saber como pensa e
sente, a sua maneira de elaborar o
pensamento, e perceber a sensação física que acompanha cada emoção. E como
reage a essa emoção.
Aceitar que, o que ainda ontem acreditava ser certo, hoje pode ser visto como errado ou
algo negativo, até pernicioso. Isto é a quebra de padrões e conceitos. A
possibilidade e o direito a fazer
escolhas, e mudar de opinião. Repetir ou não, um padrão de comportamento que
vem sendo repetido, mesmo sem perceber, através do tempo.
Romper o padrão de comportamentos é difícil, mas é possível e quase
sempre necessário para seguir adiante rumo ao próprio destino. Como continuar
carregando valores que já não servem mais, que já estão ultrapassados, que não
são do indivíduo, mas sim do pai, da mãe, da família? Vale a pena insistir, levar para diante, ou é
hora de romper definitivamente esse padrão que está trazendo dor, limitações,
sofrimentos?
- João! Que diz disso? Parece-me Ter tanta lógica!
- É bem interessante.... Identificar a necessidade ou mesmo o desejo de
mudar, é o primeiro passo. Mas, e depois, Clara? Será que as pessoas têm respostas para as perguntas que surgem?
-
Como assim?
- Muitas perguntas vão surgir. É de se esperar.
- Sempre surgem, quando pensamos
em mudar. É natural...o medo do novo. Acredita que é fácil responder a
perguntas tais como:
“Posso escolher mudar algo que não gosto? O que me aborrece?
Basta-me sentir o vento das mudanças de que tanto se fala, para desejar mudar?
Estou motivado para mudar o que quero mudar? Tenho coragem para mudar? E se
depois houver arrependimento, posso voltar a se a mesma pessoa?
- Com certeza, as respostas vão surgir. Sempre surgem quando
fazemos perguntas. E isso é que é mais
importante. Sabemos que transições podem
gerar medo, ansiedade e até conflitos. Enquanto uma parte nossa diz que mudar é
preciso, outra parte pode perguntar “e se não der certo? Uma parte diz que você
pode, outra diz que você ainda não está preparado para mudanças...talvez mais
tarde! A nossa própria experiência diz que é assim. Veja o que o autor diz:
Uma vez você fez algo que não deu certo. Fez mais uma e outra
tentativas...., você sabe quantas vezes tentou....mas continuou dando errado.
Insistiu acreditando que acabaria dando certo. Será que percebeu que repetiu um mesmo comportamento,
exatamente do mesmo jeito, inúmeras vezes, apesar de ver que o resultado obtido
não era o desejado?
E agora? Continuamos repetindo o mesmo padrão inadequado, apesar dos resultados negativos? Acreditando
que somos incapazes de fazer as coisas dar certo? Quando vamos despertar e ver
que fazendo as coisas sempre do mesmo jeito, vamos obter sempre os mesmos
resultados?
O nosso cérebro não sabe a
diferença entre uma imagem lembrada e outra criada, imaginada. Ele acredita no
que vê como sendo verdade. Ao modificar uma crença, a pessoa muda o modo de ver
a vida, muda a sua verdade. Quanto mais
o cérebro recebe imagens positivas de alguma coisa feita corretamente, mais ele
aprende a fazer bem.
Criamos expectativas que algo aconteça, seja em nível positivo ou
negativo. Acreditamos que pode ser bom ou mau.
É assim que ocorre com a questão da doença, dos medicamentos e do placebo.
A reação do nosso organismo a uma doença ou a um medicamento também está relacionada com a
“fé” nesse remédio. Por isso o placebo atua aliviando a dor. É uma imitação,
finge-se que é remédio e o paciente acredita. Se acredita, é verdade. Acreditando no efeito positivo do
“medicamento” muitas vezes ele cura a doença. Isto mostra o poder da sugestão
no ser humano.
É necessário que a pessoa esteja motivada a ser curada. Poder ver-se
curada, para mudar o seu estado de frágil e dependente porque está doente, para o estado de uma pessoa saudável. Falamos de mudar e
qualquer mudança requer motivação. Aquele impulso que vem do interior.
Seja uma doença, um novo amor, um novo emprego, um filho que nasce... é
preciso uma motivação interna ou um grande estímulo externo para acelerar o
desejo de mudanças. Muitas vezes precisa acontecer algo forte, uma crise
qualquer para nos levar adiante. Sabemos que a crise significa oportunidade de
mudar e melhorar. Mas merecemos isso?
Muitas vezes acreditamos não ser merecedores de nada bom, nem mesmo de
receber qualquer ajuda. Essa crença torna impossível qualquer sucesso.
- Talvez se todos conhecessem o Tratado de Merecimento pudessem
acreditar que pode ser diferente. Veja que poder têm estas palavras:
“Sou merecedor. Mereço tudo que é bom.
Não uma parte, nem um pouquinho, mas tudo que é bom.
Agora me afasto de todos os pensamentos negativos e restritivos.
Liberto e deixo ir as limitações dos meus pais. Eu os amo e vou além
deles. Não sou suas opiniões negativas, nem suas crenças cerceadoras.
Não sou contido por nenhum dos medos ou preconceitos da sociedade em
que vivo.
Não me identifico mais com limitação nenhuma.
Em minha mente, sou livre.
Agora me transporto para um novo espaço de consciência onde estou
disposto a me ver de maneira diferente.
Estou decidido a criar novos pensamentos sobre mim mesmo e minha vida.
Meu novo modo de pensar torna-se
um nova experiência.
Eu agora sei e afirmo que sou Uno com o Poder de Prosperidade do
Universo.
Assim, prospero de inúmeras maneiras.
Está diante d e mim a totalidade das possibilidades.
Mereço Vida, uma boa Vida.
Mereço Amor, uma abundância de Amor.
Mereço viver com conforto e prosperar.
Mereço boa saúde.
Mereço alegria e felicidade.
Mereço a liberdade de ser tudo o que posso Ser.
Mereço mais que isso, mereço tudo o que é bom.
O Universo está mais do que disposto a manifestar minhas novas crenças.
Aceito essa vida com alegria, prazer e gratidão, pois sou merecedor.
Eu a aceito, sei que é verdadeira!”
Clara pensa nas muitas pessoas que conhece que seriam beneficiadas se pudessem conhecer esta mensagem.- Abençoadas palavras
que trazem em si tanto poder de renovação. Tantas pessoas que passam o dias, semanas,
meses e anos, reclamando da vida. Sem
perceber o que fazem da sua vida. Não sabem que podem mudar. Como ela mesma não
sabia que podia mudar. Agradece mentalmente a ajuda que recebeu do Alto e das
pessoas que participaram do seu processo d mudança. Abençoa o momento em que se
descobriu e conheceu. A partir daí tudo mudou!
Lembra de quantos não sabem onde querem chegar, e por isso mesmo, não
chegam a lugar nenhum. Outros querem mas não sabem que querem e outros ainda
não sabem como fazer se chegar onde querem chegar. Essa é uma questão muito
importante para refletir. “Quem sou eu, se for desse jeito que quero Ser?
Decide copiar o Tratado de Merecimento e divulgá-lo. Muitos podem ser
mais felizes se souberem que merecem todas as maravilhas que Deus colocou à sua disposição com tanto Amor.
O Pai ofereceu tudo a todos os filhos, não a este ou aquele. A diferença está na crença de cada um. Quem acredita que
merece, vai lá e assume a sua parte, recebe o que lhe pertence.
“O Universo conspira a meu favor”
Pensar nessas palavras e acreditar nelas, pode fazer a diferença que
faz diferença.
Uma maneira de enfrentar a causa da limitação é verbalizar alto a
crença cerceadora. Dizer, por exemplo,
conforme o caso:
-
Tudo para mim, é difíci- Não consigo nada do que quero!
- Todas as vezes que como pizza, fico doente!
- Quando encontro fulano, passo mal!
Quando ouve a própria voz, repetindo isto, a pessoa se assusta e
percebe o que vem fazendo consigo mesma. São muitas e muitas as crenças
limitadoras! Cada um que se sente incapacitado para enfrentar os obstáculos, e
cada vítima da vida tem uma ou várias. Não negamos que em alguns casos, pode
ser verdade. Mas é sempre verdade?
Clara pensa nas palavras que ouviu de Lúcia, quando tempo atrás, falava
do limites que acreditava ter.
“Você é o que pensa! Cuidado com o que você fala, isso pode tornar-se
verdade! Veja bem o que pede, pode realizar-se!
Comenta sobre isso com o marido. Ele aceitou e comentou:
- Muitas pessoas se queixam porque as coisas são difíceis. Talvez a
explicação dessas dificuldades esteja dentro delas mesmas... conheço algumas que
têm dentro de si, um tremendo terrorista, um sabotador sempre pronto a trabalhar para o fracasso dos
empreendimentos. Quem criou esses sabotadores? A sua própria crença de ser
incapaz de fazer o algo bom, que dê certo, de ser feliz...
- Que assunto interessante! Estou lembrando de uma aula de expressão
corporal e postura que tive há alguns anos
atrás. O instrutor ensinando a
necessidade de andar com o corpo ereto, sentar corretamente, mudar o ritmo da
respiração...As palavras dele ainda estão bem vivas: “É impossível alguém
continuar sentindo-se deprimido ou zangado se colocar as duas mãos entrelaçadas
na nuca e respirar num ritmo tranqüilo, olhando para cima.
- É verdade, pensa Clara. Não dá para deprimir, porque o deprimido olha
para baixo, nunca para o céu.
Clara pensa numa paciente, Julia,
com depressão constante. Sempre insatisfeita, ela já criou o hábito de
reclamar porque as coisas são difíceis para ela. Realmente a sua vida não tem
sido fácil.
Comenta o caso com o marido e pergunta-lhe se sabe alguma maneira de
ajudá-la. A jovem tem aproximadamente vinte anos, e culpa a sua realidade de
vida, como causa das dificuldades e de não conseguir crescer profissionalmente.
João Carlos, atenciosamente pergunta-lhe detalhes sobre a paciente e sua personalidade.
Quer saber como se comporta quando tem que enfrentar as dificuldades, se isso a
adoece ou desequilibra emocionalmente.
- Realmente, ela demonstra não saber lidar com a frustração, parece até
que de alguma maneira sente alívio quando
pode justificar o insucesso profissional, responsabilizando as
dificuldades da infância.
- Foi o que pensei. Conheço
muitas pessoas que apresentam esse comportamento. Sentem-se vítimas da
Sociedade, da Vida, do Governo. Mas ficam parados, estagnados porque não sabem
que podem transcender as próprias limitações. Não vêm saída. Algum tempo atrás,
participei de uma dinâmica na Empresa, que abordou essa questão. O Grupo levou
uma mensagem para distribuir, que foi uma bomba na cabeça de algumas pessoas..
Vou pegar para você ler. Vai gostar. Ouça:
“Há vários anos, fui convidado para ouvir uma importante palestra que
seria endereçada ao corpo estudantil de uma pequena Faculdade na Carolina do
Sul. O auditório estava repleto de estudantes excitados com a possibilidade de
ouvir uma palestrante daquele quilate. Depois que o Governador fez a
apresentação, ela se dirigiu ao microfone, percorreu a platéia com o olhar, e
começou:
- Minha mãe era surda-muda. Não sei quem foi meu pai. O primeiro emprego que consegui foi numa plantação
de algodão.
A platéia estava fascinada.
- Nada tem que continuar da maneira que está. Se a pessoa não quiser
que seja assim - continuou. – Não é uma questão de sorte e não são as
circunstâncias do nascimento de alguém que determinam o seu futuro. Nada tem
que continuar da maneira que está se a pessoa não quiser que seja assim. –
repetiu devagar.- Tudo que tem a fazer – acrescentou com voz firme - para mudar
uma situação que esteja trazendo infelicidade ou insatisfação é responder à
pergunta: “como é que eu quero que seja?” Então deve dedicar todo o seu esforço
para atingir esse ideal.
Em seguida, deu um lindo sorriso e disse: Meu nome é Azie Taylor
Morton. Estou aqui hoje, diante de vocês, como Secretária do Tesouro dos
Estados Unidos da América.”
- Compreende Clara, o quero dizer?
- Naturalmente, e concordo com você. Mas se pudesse fazer alguma coisa por ela...Quem sabe, ela dá uma virada na vida e muda o destino?
- Quer tentar?
- Realmente essa moça não demonstra muita força de vontade, mas isto pode estar associado à sua infância, com tantas dificuldades e sem qualquer oportunidade. Gostaria tanto de poder ajudá-la! Sinto que é uma pessoa boa e sensível, mas quando olha ao redor, vê apenas obstáculos... E como não desenvolveu auto-estima, naturalmente não acredita em qualquer possibilidade de vitória mudar qualquer coisa na sua vida.
- Acredita que se alguém investisse nela e lhe desse uma oportunidade, poderia mudar isso? Talvez resgatar a autoconfiança e se descobrir
- Acredito. Ela me parece inteligente e ambiciosa. Quer crescer, mostrar que é capaz, só precisa de uma ajuda. Sei que ela tem potencial. Se pudesse ajudar essa criatura, ficaria muito contente!
-Vamos confiar na sua intuição. Essa moça terá a oportunidade que precisa. Depois é com ela. Vou conversar com a Lúcia
para dar uma atenção especial ao caso. Ela será preparada para desenvolver suas
potencialidades; respeitando, é claro,
suas características. Não deixaremos de dar as mãos a quem está pedindo
ajuda. Satisfeita?
Clara sorriu para o marido e seus olhos falavam o que ela não tinha palavras para dizer. Como o amava! Por mais que vivesse não teria tempo suficiente para agradecer a Deus por tanta felicidade. Como pode perder tempo, fugindo desse homem tão bondoso, amoroso, tão especial? E agora com a chegada próxima do bebê, a felicidade estava completa. Qualquer um podia ver a harmonia que reinava naquele lar.
Clara sorriu para o marido e seus olhos falavam o que ela não tinha palavras para dizer. Como o amava! Por mais que vivesse não teria tempo suficiente para agradecer a Deus por tanta felicidade. Como pode perder tempo, fugindo desse homem tão bondoso, amoroso, tão especial? E agora com a chegada próxima do bebê, a felicidade estava completa. Qualquer um podia ver a harmonia que reinava naquele lar.
continua...
MCCA
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