sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre Religiões II


PERGUNTA: - Devemos confiar em alguma religião que exige que nós elevemos nossa fé acima da razão?
            RAMATÍS: - Não. A fé cega leva o homem a tal ponto de fascinação, que o torna capaz de matar um irmão seu em nome dessa mesma fé. Toda e qualquer observação literal das escrituras, seja da Bíblia ou de outros compêndios religiosos elaborados pelos homens, só pode levar a situações divisionistas, que não refletem a união crística e universalista existente do "lado de cá". Tendes suficientes exemplos na história das religiões, e basta observardes as guerras "santas" que ainda existem em vosso orbe para que possais tirar vossas próprias conclusões quanto à inadequação de quaisquer fundamentalismos religiosos.

             PERGUNTA: - Nós devemos odiar nossas famílias e a nós mesmos para sermos bons cristãos? (Lucas, 14: 26)
            RAMATÍS: - Deveis ter critério na interpretação das afirmações bíblicas. Os incrédulos de todos os tempos sempre se aproveitaram da linearidade dos raciocínios dos homens para dividir e confundir. Quando Jesus afirmou: "o que fizer a vontade de Deus, esse é o meu irmão, e minha irmã e minha mãe", não estava negando ou odiando a sua parentela consangüínea. O Mestre não perdia oportunidade de educar. Diante da vida eterna e das múltiplas reencarnações e moradas dos espíritos, Jesus ampliava os conceitos e, todo amor, falava de forma alegórica para o entendimento necessário à época. Assim, todos eram seus irmãos, pois o ser pai ou mãe de hoje pode ser decorrência de ter sido filhos de ontem. O que permanece inalterado é a nossa condição de irmãos e filhos de um mesmo Deus. Quanto à afirmação do Evangelho de Lucas, não é odiar, e sim ter menos apego ao cadinho familiar. O verdadeiro amor liberta e não prende. O espiritualizado ama a todos dentro das suas possibilidades e tenta não se fixar em apegos excessivos que dificultam a ascensão. No post mortem, quantos pais e.mães ficam quais carrapatos vampirizando seus filhos encarnados, causando-lhes mal, embora não intencionalmente, e atrasando a sua caminhada evolutiva pelo apego excessivo.

             PERGUNTA: - Já que o mundo antigo era abundante de contos de deuses-salvadores ressurgidos, que supostamente tinham retomado da morte para salvar a humanidade, por que a história de Jesus é mais verdadeira do que todas as outras?
            RAMATÍS: - Quem vos afirmou que a história de Jesus é mais verdadeira que as demais? Todas as histórias são tão verdadeiras quanto a do Divino Mestre. Sem sombra de dúvidas, o Rabi de Galiléia foi o Espírito mais elevado, missionário enviado de esferas inimagináveis a vós, que já pisou o orbe terrícola. Os mitos de um Krishna na Índia, Orfeu na Grécia, Buda na Ásia, Zoroastro na Pérsia, Hermes no Egito, Lao Tsé e Confúcio na China, todos prepararam o caminho para a descida angélica de Jesus. Foram os preliminares que trouxeram as mensagens para a plena compreensão futura das palavras do Divino Mestre. Ocorreu que a mensagem de Jesus foi programada pelos Maiorais do planejamento sideral para ser mais ampla, mas, se não ocorresse a anterioridade desses ensinamentos iniciáticos, que se deu com a encarnação desses iluminados que o precederam, inevitavelmente Jesus não conseguiria deixar o Evangelho do Cristo nos moldes programados em sua curta existência terrena.

por Ramatis, no livro "Samadhi" 

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