PERGUNTA: - Devemos confiar em alguma religião
que exige que nós elevemos nossa fé acima da razão?
RAMATÍS: - Não. A fé cega leva o homem a
tal ponto de fascinação, que o torna capaz de matar um irmão seu em nome dessa
mesma fé. Toda e qualquer observação literal das escrituras, seja da Bíblia ou
de outros compêndios religiosos elaborados pelos homens, só pode levar a
situações divisionistas, que não refletem a união crística e universalista
existente do "lado de cá". Tendes suficientes exemplos na história
das religiões, e basta observardes as guerras "santas" que ainda
existem em vosso orbe para que possais tirar vossas próprias conclusões quanto
à inadequação de quaisquer fundamentalismos religiosos.
RAMATÍS: - Deveis ter critério na
interpretação das afirmações bíblicas. Os incrédulos de todos os tempos sempre
se aproveitaram da linearidade dos raciocínios dos homens para dividir e
confundir. Quando Jesus afirmou: "o que fizer a vontade de Deus, esse é o
meu irmão, e minha irmã e minha mãe", não estava negando ou odiando a sua
parentela consangüínea. O Mestre não perdia oportunidade de educar. Diante da
vida eterna e das múltiplas reencarnações e moradas dos espíritos, Jesus
ampliava os conceitos e, todo amor, falava de forma alegórica para o
entendimento necessário à época. Assim, todos eram seus irmãos, pois o ser pai
ou mãe de hoje pode ser decorrência de ter sido filhos de ontem. O que
permanece inalterado é a nossa condição de irmãos e filhos de um mesmo Deus.
Quanto à afirmação do Evangelho de Lucas, não é odiar, e sim ter menos apego ao
cadinho familiar. O verdadeiro amor liberta e não prende. O espiritualizado ama
a todos dentro das suas possibilidades e tenta não se fixar em apegos
excessivos que dificultam a ascensão. No post mortem, quantos pais e.mães ficam
quais carrapatos vampirizando seus filhos encarnados, causando-lhes mal, embora
não intencionalmente, e atrasando a sua caminhada evolutiva pelo apego
excessivo.
por Ramatis, no livro "Samadhi"
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