As facilidades da vida nos limitam. Todas as nossas perfeições nos
deixam assim preguiçosos e acomodados. Não desenvolvemos, por que não
vemos a necessidade
de ir além.
É como ter acesso a algo e nunca buscá-lo, exatamente por que está
ali, disponível.
Nos extasiamos diante daqueles que encontram dificuldades e as vencem.
Ficamos boquiabertos diante de vídeos de deficientes que fazem muito
mais que nós
e nesses instantes nos sentimos culpados. Mas isso passa logo.
Poderíamos, nesse caso, nos perguntar quem é o verdadeiro deficiente.
Nos esquecemos que a vida é cheia de alternativas e nos bloqueamos
diante do primeiro muro. Precisaremos primeiro estar cegos para que
possamos desenvolver
nossos outros sentidos?
Será necessário perder o uso das pernas para se fazer uso das mãos e da mente?
Deus nos vê e Seu coração deve ficar apertado. Então Ele permite as
dificuldades, não para nos maltratar, mas para que possa sair de nós o
que melhor temos,
como a pérola fechada na concha e infinitamente mais linda que sua roupa.
A vida nos mói, amassa, derruba muitas vezes para que possamos
encontrar as saídas, para que possamos aprender a enxergar com os
olhos da fé, para que
possamos desenvolver outros sentidos e enriquecer nossas vidas. Para
que possamos ser exemplo para os que vêm atrás de nós, assim como são
para nós aqueles
que seguem adiante e nem sequer compreendemos como é que conseguem as forças.
Não é a cegueira ou os defeitos físicos que nos tornam incapazes e
debilitados, mas a cegueira e defeitos da acomodação, do desânimo, da
falta de perseverança.
As alternativas não faltam na vida.
O que falta, muitas vezes, é a motivação. E se esta não vem por si
só, será necessário sim uma queda, uma perda, uma dor para que
possamos florecer e
mostrar ao mundo do quanto somos capazes.
Letícia Thompson
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