quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pré-ocupação

A  estratégia da preocupação é nos manter distantes do momento presente, imobilizando as realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer.

Desperdiçamos, por consequência, tempo e energias preciosas, obcecados com os eventos do porvir, sobre os quais não temos qualquer tipo de comando, pois olvidamos que tudo que podemos e devemos dirigir é somente nossas próprias vidas.

São realmente diversas as preocupações sobre as quais não temos nenhum controle: a doença dos outros, a alegria dos filhos, o amor das pessoas, o julgamento alheio sobre nós, a morte de fami­liares e outras tantas. Podemos, porém, nos “pré-ocupar” o quanto quisermos com essas questões, que não traremos a saúde, a felici­dade, o amor, a consideração ou mesmo o retorno à vida, porque todas elas são coisas que fogem às nossas possibilidades.

Outra questão é quando passamos por enormes desequilíbrios causados pelo desgaste emocional de nos ocuparmos an­tes do tempo certo com coisas e pessoas, o que ocasiona insô­nias, decepções e angústias pelo temor antecipado do que poderá vir a acontecer no amanhã.

Não confundamos “pré-ocupação” com “previdência”, porque se preparar ou ser precavido para realizar planos para dias vindouros é tino de bom senso e lógica; mas prudência não é preocupação, porque enquanto uma é sensata e moderada, a outra é irracional e tolhe o indivíduo, prejudicando-o nos seus projetos e empreendimentos do hoje.

Nossa educação social estimula o vício do “pensamento preocupante”, principalmente no convívio familiar, onde teve início o fato de relacionarmos preocupação com “dar proteção”.

Passamos a nos comportar afirmando: “Lógico que eu me preocupo com você, eu o amo”, “Você tem que se preocupar com seus pais”, “Quem tem filhos vive em constante preocupação”.

Pensamos que estamos defendendo e auxiliando os entes queridos, quando na verdade estamos confinando-os e prejudicando-os por transmitir-lhes, às vezes, de modo imperceptível, medo, insegurança e pensamentos catastróficos.

“Não estejais inquietos pelo dia de amanhã,  porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
A cada dia,  basta seu mal”.

O Criador provê suas criaturas como necessário, porquanto seria impossível a Natureza criar em nós uma necessidade sem nos dar meios para supri-la. “Vede os pássaros do céu, vede os lírios dos campos”.

Além do mais, pedia-nos que fizéssemos observações de como a vida se comporta e que deixássemos de nos “pré-ocupar”, convidando-nos a olhar para nossa criação divina que a todos acolhe.

O Mestre queria dizer com essas afirmativas que tudo o que vemos tem ligação conosco e com todas as partes do Universo e que somos, em realidade, participantes de uma Natureza comum. As mesmas causas que cooperam para o benefício de uns cooperam da mesma forma para o de outros. Quando há confiança, existe fé; e é essa fé que abre o fluxo divino para a manutenção e prosperida­de de nossa existência, dando-nos juntamente a proteção que buscamos em todos os níveis de nossa vida.
Espírito de Hammed

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