XVII “Faz parte do Caminho
abraçar tanto a força como a fraqueza.
Aceitando todas as partes do seu Ser.
Isto te torna mais capaz de participar plenamente da vida e da Grande Obra”
Depois de alguns dias de reflexão, resolveu fazer meditação usando os
aspectos do Guerreiro, do Curador, do Visionário e do Mestre. Então começou a
encontrar respostas que nunca havia pensado receber. Isto foi fundamental para
no processo que estava vivendo.
As imagens estranhas que
apareciam tanto em sonhos, como em meditação, em estado alterado de
consciência, foram ficando mais claras. Começavam a ter significado. Falavam
dela em situações já vividas. Mas precisava ampliar a compreensão desses significados. Olhar essas figuras e imagens
de frente, ouvi-las melhor, aceitá-las como suas. Algumas cenas
continuavam sem fazer qualquer
sentido. Estavam envoltas em fumaça.
Desde que começou a sua busca
havia aprendido muito. Lembrava com muito carinho daquele primeiro encontro com
o Irmão no bosque quando fazia a
caminhada. Mas o tempo estava passando e ela muitas vezes, ainda se
sentia um pouco perdida, apesar de já
ter adquirido bastante segurança e aprendizado.
Qual seria o significado daqueles sonhos que vinham sendo constantes
nas últimas semanas? Teria que pedir ajuda a alguém.
Ligou para Marta. Tinham se tornado amigas. Ela era uma profissional
séria e trabalhava com técnicas que podiam ser-lhe úteis para desvendar o
significado daquelas figuras e cenas que
vinham até Clara como se pedissem para serem conhecidas, ou tornar-se conscientes.
- Clara, podemos conversar, mas por questões éticas, não sei se
poderei atendê-la profissionalmente. Por
que não vem até aqui? Converso com você no final da tarde, Certo?
Agora Clara estava na sala de
espera, aguardando ser recebida por Marta. Chegou cedo para não atrasar a
amiga. Mas a amiga estava atrasada. Uma
mulher ao seu lado também esperava, queria dar notícias do filho,
que na semana anterior havia sido atendido por ela.
Enquanto esperava para entrar, a
mulher contou a Clara que o menino de
doze anos de idade havia apresentado de repente, um estranho medo de elevador.
Se estivesse acompanhado, tudo bem. Mas sozinho, de forma alguma ficava num
elevador. Tinha pavor de sentir-se preso, dizia que o elevador poderia cair e
ele morrer.
Isto vinha trazendo sérias
dificuldades para a criança e situações constrangedoras junto aos colegas, que
riam dele. Quando queria descer para brincar no play do prédio onde morava, ele
pedia que um dos amigos fosse até o seu apartamento para descerrem juntos.
Depois de esgotar todos os recursos que dispunha, a mãe levou-o para
que Marta o ajudasse. Em vinte minutos de conversa, Marta utilizando a técnica
para cura rápida de fobias que a Neurolingüística oferece libertou o menino do
seu medo. Quando saiu do consultório de Marta, ele demonstrou haver se livrado do problema que o
limitava.. Estava curado.
Clara já lera algumas coisas sobre a Programação Neurolingüística mas
ainda não havia conhecido um caso assim de perto.
Quando entrou comentou com a amiga sobre o relato que a mulher lá fora
havia feito. E como ficara impressionada coma
história da criança.
- Realmente há casos muito
interessantes Esse menino havia assistido a um filme e posteriormente a uma
novela de TV em que pessoas foram assassinadas em elevadores. Parece que os
cabos teriam sido cortados ou algo assim. Ficou ansioso com as cenas mas jogou
no inconsciente e as esqueceu. Algum tempo depois começou a apresentar a
ansiedade e o medo quando estava em elevadores até ficar impedido de se
ver sozinhos em qualquer um.
Um caso também bem interessante foi o de um Senhor de mais de cinqüenta
anos que me procurou há alguns dias. Ele tinha pavor de queda. É dono de uma
grande Construtora de São Paulo, e devido ao seu trabalho, tem necessidade de viajar constantemente.
Nessas situações precisava tomar um sedativo, alguma coisa que o apagasse.
Passar por pontes, passarelas e algo semelhante era um suplício. Contou que os
filhos e a esposa estavam perdendo a
paciência com ele. Até mesmo em alguns brinquedos dos Parques da Disney, ele
entrava em pânico. Mesmo os virtuais. Veja só,
um homem inteligente, capaz e com grande responsabilidade sobre si... no entanto, não
conseguia entender as causa desse pavor de alturas. Não havia acontecido nada
que justificasse isso. Sabe o que descobrimos?
Usando uma técnica que chamamos de pesquisa transderivacional, ele
acessou um momento em que ele, ainda bebê e no colo do pai era jogado para o alto....uma brincadeira
carinhosa que muitos pais gostam de fazer com os filhos pequenos. No momento da
experiência ele sentiu-se inseguro e registrou no inconsciente o medo da
altura.
-
E carregou até agora esse medo?
Que problema!
- Para você ver. Poderia ficar
aqui horas, contando-lhe casos e mais
casos interessantes. . Eu mesma que faço isto há alguns anos ainda me surpreendo
com algumas situações que chegam até
mim. Cada vez mais reconheço a necessidade de continuar a estudar e buscar mais recursos que permitam acessar as
memórias guardadas no inconsciente.
Mas vamos falar de você. Como posso ajudá-la, minha amiga?
Durante uma hora, Marta ouviu Clara com atenção, sem interrompê-la em
nenhum momento. Parecia muito
interessada no relato que ela fazia sobre os
seus sonhos e as algumas experiências
místicas.
Depois de algum tempo, ficou parada como se estivesse avaliando a
situação da amiga.
- Querida, é muito interessante o que me contou. Está claro que um
trabalho com regressão a vivências passadas pode ajudá-la a compreender o
significado das suas experiências. Mas preferia que procurasse uma outra
pessoa, posso indicar um colega, se desejar.
Apesar nos conhecermos há
relativamente pouco tempo, quero-lhe
muito bem. Já somos amigas, você está participando do mesmo grupo espiritual...
Mais que isso, estou certa que
nosso relacionamento é muito antigo, vai
além do tempo presente.
- Bem... o que quero dizer é que mesmo querendo muito ajudá-la, não
creio que deva tratar disso pessoalmente. Serei mais útil se lhe indicar um
colega que poderá levá-la até situações
do passado, onde provavelmente estão as respostas que procura. Compreende? E há algo que não
posso perder de vista. Vamos que eu mesma faça parte desse passado! Ou
alguém que conhecemos, não sei. Tenho
visto tanta coisa...
- Vou falar com um amigo que faz isso muito bem. É ele que procuro, quando quero viajar pelo tempo, conhecer o
passado. Essa é uma forma de autoconhecimento.. Sabia?
continua...
MCCA
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