sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Onde está Deus?

PERGUNTA: - Por que as pessoas sempre tenderam a posicionar Deus no exterior; e não a buscá-lo no seu interior?
            RAMATÍS: - Deus é imanente e onipresente. Em tudo está e tudo vê. Essas convicções interiores são decorrência de milênios de exposição aos dogmas religiosos. O atavismo que se criou no inconsciente, de um Deus exteriorizado, antropomorfo, personificado à imagem e semelhança dos terrícolas, serviu sob vários aspectos como instrumento importante utilizado pelos sacerdotes como maneira de aproximar a Divindade dos fiéis algo toscos e ignorantes daquela época para as conceituações mais abstratas. Mas também se "apropriou" da Divindade, infantilizando os homens, porque lhes foi arrancada a prerrogativa interior de adoração, pois Deus está em cada um e em todos ao mesmo tempo. As igrejas cristãs, os templos maçônicos e rosa-cruzes, as sinagogas judaicas, os centros espíritas, as lojas teosóficas, os terreiros umbandistas, a choupana da benzedeira, a praça da cigana, o tabernáculo dos peregrinos, a caverna do eremita, o Horta das Oliveiras de Jesus, enfim, todas as localidades de expressão da fé são meras auxiliares nessa procura. O verdadeiro encontro com Deus está na edificação íntima de cada um, e a solidez da construção depende das ferramentas utilizadas pelo obreiro no burilar de sua índole, qual esmeril que dá polimento para a pedra bruta que se transformará em precioso diamante.

PERGUNTA: - Se algo não é racional, deve-se de qualquer jeito acreditar nesse algo?
            RAMATÍS: - Não devereis acreditar em algo que não seja aceito por vossa razão. O fato de não acreditardes em Deus, rejeitando-O, não quer dizer que Deus não exista. Mesmo não O aceitando, continuareis sujeitos aos desígnios traçados pela Divindade. Olhai a vossa volta e percebei quanto vos oferece esse Deus ainda incompreendido. Achais que é um acaso da natureza esse corpo que ocupais? Entendeis como sendo coincidência o planeta que habitais? Aceitais à luz de vossa razão o fim após o desaparecimento e desenlace do frágil invólucro carnal? Qual o sentido da vida no breve instante de uma existência na matéria? Não tenhais como conjectura aquilo que não está restrito aos vossos sentidos e não recuseis o que aparentemente não podeis ver, ouvir ou sentir.
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por Ramatis no livro "Samadhi"

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