sábado, 3 de novembro de 2012

A Cardioenergética

A evocação da memória, do raciocínio, da consciência e do pensamento, são as funções principais desse sistema nervoso de função eminentemente subjetiva. A memória recente se acha intimamente relacionada com o sistema límbico, mais precisamente com o hipocampo e com o corpo amigdalóide, estruturas associadas com as emoções. O hipocampo está intimamente relacionado com o processamento e assimilação de novas informações, envolvido em memórias instantâneas ou episódicas. Lesões hipocampais incapacitam a recordação de coisas acontecidas há poucos minutos. Mas a memória remota, que, mais estável, permanece inalterada mesmo após graves danos cerebrais, não está associada com nenhuma estrutura encefálica em particular. Essa memória estaria gravada por todo o neocórtex (tipo de córtex presente em 90% do cérebro, à exceção do hipocampo, úncus e giro para-hipocampal, o arquicórtex e o paleocórtex, ligados à olfação e ao sistema límbico), provavelmente de maneira semelhante a um holograma. Sabe-se hoje que o Universo material é pura energia. David Bohm afirma que a estrutura do Universo contém uma quantidade ilimitada de informação e que o ser humano é uma manifestação dessa energia. Matéria, energia e informação são três formas de apresentação da mesma coisa. Assim, toda a matéria é uma forma de energia que contém alguma informação.Vindo ao corpo humano, a “matéria”, na forma de enzimas, neuropeptídeos ou hormônios, é energia que contém informação. Sabemos que o SNC trabalha através de impulsos elétricos, gerados pelos neurônios, que passam adiante, através das sinapses, utilizando diversos neurotransmissores para sua atividade energético-informativa. Mas o SNC não detém exclusividade desse processo. A nova ciência da cardioenergética começa, também, a demonstrar isso. O coração é cinco mil vezes mais possante, eletromagneticamente, e possui um elo direto de comunicação neuroquímica, bioquímica e eletroquímica, e talvez até eletromagnética, com o cérebro, através da síntese dos mesmos neurotransmissores fabricado no cérebro. Descobriu-se recentemente que o coração fabrica o “fator naturético atrial” (FNA), um neuro-hormônio com ação direta no hipotálamo, na hipófise, na glândula pineal e no tálamo. O FNA comunica-se, também, diretamente com o sistema imunológico. Descobriu-se, também, a existência de células “adrenérgicas cardíacas intrínsecas” que sintetizam e liberam catecolaminas, como a noradrenalina e a dopamina, e neuropeptídeos, cadeias de aminoácidos com função energético-informativa de transmissão de dados (uma memória). Assim, o coração modula diretamente as respostas imunológicas, emocionais, hormonais, nosso nível geral de energia, nosso ciclo sono/vigília e os processos de envelhecimento, configurando uma nova área de pesquisa científica chamada neurocardiologia, que está demonstrando as complexidades de um coração consciente, muito além de uma mera metáfora, a qual o nosso cérebro ortodoxo mal consegue conceber. Essas evidências, por si só, já poderiam fazer-nos não negar a possibilidade de alguma forma de inteligência cardíaca, e que o coração poderia ser um órgão pensante. O processo de pensamento cerebral envolve intimamente o processo de recordar. A memória é um componente fundamental no pensamento. Fatos observados em transplantados cardíacos evidenciam que a chegada de um novo coração traz também novas lembranças, novos hábitos e novas formas de interpretar, perceber e sentir o mundo, idênticas àquelas do antigo dono do coração. As memórias novas mais comuns em transplantados cardíacos são novas interpretações para alguns odores e paladares relacionados ao significado emocional que o doador dava a esses cheiros e gostos. Essa correlação receptor-doador cria evidência de que pacotes energético-informativos de qualquer experiência se armazenam de alguma forma no interior das células cardíacas. Muitas coisas que temos consciência e que atribuímos sua fonte ao cérebro, talvez sejam provenientes de memórias recuperadas em nosso coração. O coração pensa. Parece ser em sua intimidade que nossos mais profundos pensamentos, temores e sentimentos são mediados com brandura e profundidade. As sensações e sentimentos, de ocorrências e pessoas que já fazem parte do passado, fazem parte de uma memória emocional mais profunda que é criada e recuperada pelo coração, o órgão chave do nosso Sistema Nervoso Cardíaco (SNCa). Essa memória ficaria armazenada em todas as células do organismo, pois transplantados de outros órgãos que não o coração também relata essa memória, numa intensidade e freqüência bem mais baixa: a nossa memória celular. Propõe-se, hoje, que o inconsciente seja na verdade nosso conjunto de memórias celulares, aspectos de nossa vida ainda não vividos. O raciocínio é cerebral, mas o sentir é cardíaco. E esse fluxo energético-informativo, “aquilo o que somos”, é uma projeção do “código do coração”, expressa pelo cérebro e pelo corpo. Aquilo o que aparentemente somos, os psicólogos também dão o nome genérico de temperamento: as diferenças individuais estáveis na qualidade ou na intensidade de reações emocionais às influências de um suposto ambiente externo a nós mesmos. Incluem-se também, nas dimensões do termo “temperamento”, componentes fundamentais da personalidade: nível de atividade geral, ritmicidade de funções biológicas (comer e dormir, por exemplo), facilidade de comunicação com estranhos, expansividade ou timidez, adaptabilidade às mudanças, limiar de reatividade e intensidade de reatividade a estímulos, suscetibilidade a distrações, limite de atenção e persistência. Devido a suas influências emocionais, desde o trabalho pioneiro de dois cardiologistas, Meyer Friedman e R. H. Rosenman, em 1.959, há um efervescente campo de pesquisa numa área conhecida como psicologia do coração: a cardiopsicologia (Cf. adiante). A partir de então, programas de prevenção de cardiopatias, baseados em elementos psicológicos, foram propostos, baseados em dados que demonstraram a sua eficácia na redução do risco de IAM e até na redução de cardiopatias pré-existentes. Friedman e seus colegas demonstraram a existência de dois padrões de comportamento aos quais denominou tipo A e B, e, desde então, vários padrões de “comportamento cardíaco” foram identificados e estudados, principalmente pelo Institute of HeartMath, em Boulder Creek na Califórnia, associação educacional sem fins lucrativos que demonstrou que através de traços eletrocardiográficos pode-se saber como o coração está lidando emocionalmente no dia-a-dia. Conseguem mensurar a harmonia e o equilíbrio cardíaco como um estado de “paz amplificada” Para essa medição da reatividade cardíaca, os pesquisadores utilizam um sistema complexo, denominado “Padrões de Energia Sincronizada Cardíaca”, que inclui o registro da atividade elétrica (ECG), atividade eletromagnética (magnetocardiograma), sons cardíacos e várias alterações de pressão e temperatura. À soma de todas essas medidas se dá o nome de “energias do coração”. A personalidade tipo A parece ter um coração regido pela atividade cerebral, racional e lógica, que ao ECG aparece como um padrão irregular no ritmo com traçados serrilhados, enquanto o tipo B parece ser regido pelo coração, pelos sentimentos e sensações, que ao ECG aparece como um ritmo regular com um suave conjunto de curvas. Há uma forte correlação entre uma boa atividade energética cardíaca (cardiocoerência) e uma boa atividade imune celular modulada pelo timo (síntese de linfócitos T). É essa atividade a responsável pela nossa defesa contra os vírus e contra as células neoplásicas. Essa energia do coração, longe de ser um sentimentalismo banal, faz ver as coisas mais afetivamente, a esperar, a observar. Implica o reconhecimento de que alguma coisa não vai bem, fisicamente, emocionalmente ou psiquicamente, mas, sem se deter no aspecto negativo e confiando que tudo passa, pode-se esperar a solução, a qual sempre vem na forma de insights, fruto do instinto e da intuição. UMA ENERGIA SUTIL O coração ainda continua a bater por algum tempo, mesmo tendo sido diagnosticado morte cerebral e misteriosamente dá início às suas contrações espontaneamente após re-implantado. Basta fazer as anastomoses vasculares e esperar. Também não se sabe como uma massa de células cardíacas fetais começa a pulsar, espontaneamente e em conjunto, no 27o dia de vida fetal. A maioria dos cientistas afirma que esses fenômenos são o resultado da atividade autônoma do marca-passo natural do coração, afinal todas as células cardíacas são marca-passos potenciais. Mas essa tese não explica o fato de que numa cultura de células cardíacas, sem qualquer contato físico entre elas, sem qualquer sinapse que as conecte, tem um momento em que elas simplesmente passam a “bater” sincronizadamente num ritmo diferente daquele ritmo original individual de cada uma. Parece que seus bilhões de células podem ser capazes de se unir, para formar um gerador de energia quântica não-local, fazendo ressoar um campo de inteligência não-local, através de cada uma dos trilhões de células do corpo, usando-as como cápsulas de acumulação de energia informativa e áreas de retenção temporária do tipo de informação que faz de nós aquilo que somos e como somos. Experimentalmente, leucócitos em tubo de ensaio reagem com excitação, nos gráficos de um polígrafo, quando o seu dono reage emocionalmente a cenas de violência e morte num filme, mesmo separados por um espaço de até 90 Km até dois dias depois de separados. Estão ligados por alguma forma de energia conectiva. Sobre o Artigo Artigo do site: orion.med Sobre a Autor(a) Monica S. Borine Doutoranda em Psicologia da Saúde mental em Avaliação psicológica (testes e medidas psicométricas). Mestrado em neuropsicofisiologia, Psicóloga Clínica, Pedagoga, formada em Hipnose Clínica pelo Centro Oswaldo Cruz – USP, Psicoterapeuta Corporal, Reichiana, Bioenergética. Graduada em Core Energetics com Dr. John C. Pierrakos e Pós-graduada em Core Energetics pelo New York Institute, USA.

Nenhum comentário: